26/01/2010

maldito evangelho da prosperidade

"Não, não estou fazendo apologia à pobreza, "simplicidade" no sentido pejorativo do termo ou ignorância. Mas à decência e humildade. É demagogia dizer que se vive na busca da pobreza e da mediocridade, todos queremos prosperar. É isso que Deus tem para nós."


Por si só o texto supracitado é demagógico e combina bem com a boca dos inimigos da cruz que não pregam o Evangelho da Salvação, mas sim um evangelho antropocentrista onde deus (o deus desse evangelho), vive para o agrado de seus seguidores... CORREÇÃO: seguir e agradar seus mestres... a saber: os crentes.

O irônico é que milhares desses crentes concordam com o que escrevi acima, no entanto, se eu também digitasse o nome de seus líderes; a turma que prega, divulga e usa a Bíblia como manual de mágia e bruxaria gospel, eu passaria de "profeta blogueiro" para "fariseu" no tempo de uma troca gasosa dos pulmões... ou até menos que isso... nesses crentes, o nome de seus "ungidos" dispara um alarme... e nada importa senão as palavras de seu líder... mais sábios que Deus, mais importantes que Cristo... mais influentes que o Espírito Santo.

Não por medo dessa turma, nem por respeito (não sei se devo isso a quem cospe na obra da cruz e crucifica a Cristo dia a após dia, expondo Cristo a vergonha novamente - pois é isso que significa a palavra vitupério em Hebreus 6.6
) é que deixarei de citar nomes... é simplesmente porque é inútil.

Se vemos por um lado mais ridículo da "cristandade" decaída do século vigente pessoas suplicando a seu deus, por meio de novenas, campanhas e ingresso em nações religiosas um carro importado... de outro vemos "falsos" piedosos que não dizem se ajoelhar e pedir o mesmo BMW, mas se apresentam como filhos do rei e como tais querem o "melhor dessa terra"...

Tolos, estúpidos... não ouviram quando o Filho disse: "O meu reino não é deste mundo!" (Jo 18.36)... Não entenderam ainda que os nascidos em Cristo são apenas peregrinos e não pertencem a esta terra?... Não conseguem acreditar que o mundo é vosso inimigo e deseja vossa morte?

"Adúlteros,
não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." (Tg 4.4)

O problema é que esses mesmos, com a mente já cauterizada pela doutrina humana distorcida, que não se apresenta como lei mas como liberdade, mas no entanto deturpa a graça de Deus tornando-a em libertinagem, homens perversos (Jd 1.4), desgraçam a Graça de nosso Senhor e Salvador para obter vantagens pessoais e saciar suas almas egoístas e promover sua prostituição "gospel". Esses mesmos, não conseguem se encaixar nessa Palavra, olham para ela e a direcionam para o viciado, para o bêbado, para a prostituta... ignorantes... não foi para estes que os apóstolos escreveram... era para aqueles que vivem sob o teto das igrejas mas não sob as asas da Graça de nosso Deus a quem Cristo, Paulo, Judas, Pedro... direcionam seus textos de arrependimento. foi para os "crentes" da época que Cristo pregou, gente doente que acreditava ser sã.... foi para as igrejas constituídas pelo verdadeiro ministério apostólico que Paulo e outros apóstolos escreveram... não para os "nitidamente" perdidos... não para os que proclamam nas ruas não crerem em Deus... nestes - sem arrependimento - a perdição é notória.

Passei grande parte da minha vida acreditando que minha mediocridade de pulos, danças, profecias e busca por prosperidade me aproximavam de Deus e constituíam um sinal de salvação... o que percebi quando verdadeiramente conheci o Evangelho que é Cristo? "Um camelo não passa pelo buraco de uma agulha"... e esqueça a história do túnel das cidades judéias... Jesus falava de uma agulha mesmo... néscios até quando acreditarão que a ira de Deus não cairá sobre vós?

Uma vez alguém fez comigo uma "oração de confissão"... um erro infantil, estúpido e que apenas alimentou meu ego... tempos depois percebi o grande assassinato que eu havia cometido... havia enganado um homem dizendo que ele estava salvo após uma oração tola e sem sentido... nunca mais vi esse rapaz em nossa igreja, e até onde sei não frequenta lugar algum. O que sei dele? Sua empresa fechou um grande negócio naquela semana... soube também que ele ficou muito "agradecido". Fez semelhante aos nove leprosos que não retornaram para adorar a Deus... era-lhes suficiente a cura de seu corpo  mortal... pouco importava-lhes a alma eterna...

Tenho pedido a Deus outra oportunidade, para mim ou para ele... pois fui eu quem o condenou encaminhado-o a um caminho de engano, e desejo ser livre desse sangue inocente que eu propositadamente derramei (tenho para mim que o pecado é um ato pensado, planejado e executado pelo homem, conforme compreendo ao ler - Tg 1.15)... e digo isso não porque tenha feito àquela oração condenatória ao inferno pensando nisso. O problema foi não ter ouvido a voz de Deus mas apenas o meu enganoso coração que dizia: "É agora Daniel, coloque mais um na sua lista, mais uma pedrinha na sua coroa."

Peço a Deus a oportunidade (a mim ou a alguém mais capaz e fiel ao Senhor do que eu tenho sido) de dizer a este rapaz: "Amigo, se você não se arrepender, não mudar sua vida, não buscar intensamente este Evangelho você irá para o inferno".

Não como que buscando justificar meu erro, mas como quem alerta, sei que qualquer um pode errar... mas é necessário reconhecer o erro... o Evangelho é um contínuo caminho de arrependimento e piedade (ou devoção).

No entanto a cruz pregada pelos apóstolos da prosperidade e pelos sacerdotes da nojenta idolatria gospel desobrigam os "crentes" de seus deveres de cristão... forjam um contrato com Deus e ensinam-lhes a serem fiéis apenas a seus próprios desejos e a praticarem um punhado de doutrinas sem valor espiritual algum, senão monetário e mundano.

Deus tenha misericórdia nesses últimos dias e guarde os poucos que ainda não se dobraram perante satanás e seu horrendo exército... e preserve a vida daqueles que após deitarem-se com a prostituta chamada Teologia da Prosperidade arrependeram-se e tornaram ao Caminho Santo.


autor: Daniel Clós



24/01/2010

a quem prestam culto esses sacerdotes?

Após ouvir a frase: "Não importa sua religião o que importa é seu sucesso" fui ir buscar nos meus arquivos um texto que pudesse ilustar isso, eu pessoalmente não consigo pensar no momento o que mais escrever sobre esta denominação tão afastada do Evangelho.

Certamente ao usar o termo "Religião" o porta-voz desta entidade (ou nação) não se referia a religião instituída, mas a crença num único Deus. Traduzindo o que ele disse: "Não importa no que você crê"... não importa em que deus ou deuses você crê ou frente a quem você prostra... desde que um deles seja mamon.. Afinal de contas... eles não pregam a Cristo ou a Sua Palavra. A Bíblia é para eles um tipo de manual de ocultismo e mágicas, como o de amarrar uma camiseta branca do avesso, passar uma rosa de plástico "ungida" pelos cômodos da casa ou ainda caminhar sobre sal... a Bíblia para eles é tudo, menos a Viva Palavra de Deus. A Fé é uma crença precária e vulgar,não um dom de Deus.

Segue um texto extraído do site da Editora Ultimato.

O diabo conseguiu
Numa das cartas do Diabo a seu aprendiz, escrita em 1942, o tentador diz o seguinte: “O que queremos mesmo, e desejamos muito, é fazer com que as pessoas tratem o cristianismo como um meio; de preferência, é claro, como um meio para o seu próprio benefício”.1

Não foi preciso esperar a chegada do terceiro milênio para descobrir que o Diabo conseguiu realizar o seu intento com o maior sucesso possível. Essa é a arma da maior parte das igrejas neopentecostais. Elas não cobram o preço do discipulado; sequer mencionam tal coisa. Porém, oferecem as vantagens da fé: pensamentos positivos, destemor, sucesso empresarial, prosperidade, bens de consumo, longevidade e seus congêneres. Curiosamente, a estratégia satânica está enchendo o mundo com novos templos cristãos, e enchendo os templos cristãos com novos fiéis. O fenômeno é tal, que vários pesquisadores estão se dedicando ao assunto e escrevendo sobre ele.

No início de agosto, o caderno “Mais!”, da “Folha de São Paulo”, publicou a análise de José Arthur Giannotti, professor emérito da Universidade de São Paulo e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento: “O novo crente não mantém com a igreja e seus pares uma relação amorosa, não faz do amor o peso da sua existência. Sua adesão não implica conversão, total transformação do sentido de seu ser. Apenas assina um contrato integral que lhe traz paz de espírito e confiança no futuro. Em vez da conversão, mera negociação. Essa religião não parece se coadunar, então, com as necessidades de uma massa trabalhadora, cujos empregos são aleatórios e precários?”.

Menos de quinze dias depois de Giannotti, foi a vez do escritor Carlos Heitor Cony: “Grande número de igrejas se apoia na atividade carismática, fazendo ou prometendo milagres instantâneos ou a curto prazo, bastando a fé em Jesus Cristo e o pagamento do dízimo” (“FSP”, 21/08/09, E16).

As demais igrejas evangélicas querem se proteger dessa generalização e, às vezes, encontram pessoas de fora que fazem isto por elas. É o caso do ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva, que critica as reportagens publicadas na “Folha de São Paulo”, que “deixaram de abordar aspectos fundamentais, como quais são os traços que distinguem a IURD de outras denominações evangélicas. Isso teria ajudado a evitar a percepção de alguns leitores de que a edição permitiu confundir a IURD com as demais” (“FSP”, 23/08/09, A8).

Quando publicou as “Cartas do Diabo a seu Aprendiz”, há 67 anos, C. S. Lewis talvez não imaginou que acertaria em cheio. O Diabo conseguiu fazer as pessoas procurarem o cristianismo não em busca da justificação (aquela bênção primária que significa o perdão de Deus), mas em busca de algum proveito secular. Hoje, somos obrigados a ouvir certas pilhérias irreverentes e incômodas. Por exemplo, um guia mirim de Natal, no Rio Grande do Norte, ao apresentar a imensa catedral da Igreja Universal do Reino de Deus, disse ao turista: “Esta é a Casa da Moeda daqui...” (“O Globo”, 22/08/09, 24). A “Folha de São Paulo” (13/08/09) publicou no “Painel do leitor” a carta de Victor Medeiros do Paço: “Os fiéis que contribuem com o dízimo vão para o paraíso celeste, já os dízimos vão para os paraísos fiscais”. O próprio Carlos Heitor Cony também faz uma piada: “Maomé terminou rico, tão rico como o Sr. Edir Macedo, só que não vendia espaço na televisão, mas camelos”.

Contudo, assim como a sociedade brasileira precisa separar o trigo (as igrejas seriamente comprometidas com o evangelho) do joio (as igrejas comprometidas com o mercado da fé), os evangélicos e o povo em geral precisam separar a bem fundada e desinteressada crítica ao movimento neopentecostal da crítica motivada por interesses simplesmente empresariais. Por exemplo, o seriado que a Globo está gravando em Salvador conta a história de alguém que depois de se converter ao evangelho decide fundar a Igreja Evangélica do Tremor Divino e passa a desviar parte dos dízimos em benefício próprio (“FSP”, 19/08/09, E8).

Nota: 1. Um Ano com C. S. Lewis, p. 51 (Editora Ultimato).

14/01/2010

John Macarthur:
Spurgeon e pregação mundana
Publicado em Projeto Spurgeon




10/01/2010


se Deus não é soberano, não há Evangelho

Pr. John Piper
copiado do site www.vemver.tv





03/01/2010

a igreja versus o mundo

"irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia"
1 Jo 3.13

Por que os evangélicos tentam tão deses­peradamente cortejar o favor do mundo? As igrejas planejam seus cultos de adoração para servir aos "sem-igreja". Os produtores cristãos imitam a coqueluche mundana do momento em termos de música e entretenimento. Os pregadores se sentem aterrorizados de que a ofensa do evangelho possa fazer alguém se voltar contra eles; então deliberadamente omitem partes da mensagem que o mundo pode não se agradar.

O movimento evangélico parece ter sido sabotado por legiões de falsos especialistas mundanos que estão empenhados em tentar fazer o melhor que podem para convencer o mundo de que a igreja pode ser tão inclusiva, pluralista e de mente aberta quanto a mais politicamente correta pessoa mundana.


A busca pela aprovação do mundo é nada mais, nada menos que adultério espiritual. Na verdade, isto é precisamente a imagem que o apóstolo Tiago usou para descrevê-la. Ele escreveu, "Infiéis [NKN: "adúlteros e adúlteras"], não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tg 4.4).


Existe e sempre existiu uma incompati­bilidade fundamental, irreconciliável entre a igreja e o mundo. O pensamento cristão é totalmente desarmônico com todas as filosofias da História. A fé genuína em Cristo implica numa negação de todo valor mundano. A verdade bíblica contradiz todas as religiões do mundo.


O próprio Cristianismo é, portanto, virtualmente contrário a tudo o que este mundo admira. Jesus disse a seus discípulos, "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fosseis do mundo, o mun­do amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhei, por isso, o mundo vos odeia" (Jo 15.18,19). Observe que o nosso Senhor considerou como certo que o mundo desprezaria a igreja. Longe de ensinar a seus discípulos a que tenta sem ganhar o favor do mundo, reinventando o evangelho para se adequar às suas preferências, Jesus expressamente advertiu que a busca pelas aclamações mundanas é uma característica dos falsos profetas: "Ai de vós, quando todos vos louvarem' Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas" (Lc 626).


Ele foi mais longe, "Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más" (Jo 7.7). Em outras palavras, o desprezo do mundo pelo Cristianismo deriva de motivos morais, não intelectuais: "O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras" (Jo 3.19,20). É por esta razão que, não importa quão dramaticamente a opinião do mundo possa vir a variar, a verdade cristã não será jamais popular ao mundo.


Contudo, virtualmente em toda época da história da igreja, tem havido gente na igreja que está convencida de que a melhor maneira de ganhar o mundo é satisfazer os seus gostos. Tal tipo de abordagem tem sempre sido em de­trimento da mensagem do evangelho. As únicas vezes que igreja causou impacto significativo sobre o mundo foi quando o povo de Deus permaneceu firme, se recusou a compactuar e ousadamente proclamou a verdade apesar da hostilidade do mundo. Quando os cristãos se des­viam da tarefa de confrontar os enganos do mundo com as impopulares verdades bíblicas, a igreja invariavelmente perde sua influência e impotente se mescla ao mundo. Tanto as Escrituras quanto a História atestam esse fato.

E a mensagem cristã simplesmente não pode ser torcida para se conformar com a instabilidade da opinião do mundo. A verdade bíblica é fixa e constante, não sujeita a mudança ou adaptação. A opinião do mundo, por outro lado, está sempre em fluxo constante. Os vários modismos e filosofias mudam radicalmente e regularmente de geração para geração. A única coisa que permanece constante no mundo é seu ódio por Cristo e seu evangelho.


Ao que tudo indica, o mundo não abraçará por muito tempo qualquer das ideologias que estão atualmente em voga. Se a História servir como indicador, quando nossos netos se tomarem adultos a opinião do mundo terá sido dominada por um sistema completamente novo de crenças e um conjunto de valores totalmente diferente. A geração de amanhã renunciará a todas os modismos e filosofias de hoje, mas urna coisa permanecerá imutável: até que o Senhor mesmo volte, seja qual for a ideologia que ganhe popularidade no mundo, ela será tão hostil às verdades bíblicas corno o foram todas as precedentes.

modernismo
Pense no que aconteceu no século passado, por exemplo. Cem anos atrás a igreja estava ameaçada pelo modernismo. Modernismo era urna cosmovisão baseada na noção de que somente a ciência podia explicar a realidade. O modernista, com efeito, começou com a pressu­posição de que nada sobrenatural é real.


Deveria ter ficado instantaneamente óbvio que o modernismo e o Cristianismo eram incom­patíveis no nível mais básico. Se nada sobrena­tural era real, então grande parte da Bíblia seria falsa e sem autoridade; a encarnação de Cristo seria um mito (anulando a autoridade de Cristo também); e todos os elementos sobrenaturais do Cristianismo, incluindo o próprio Deus, teriam de ser totalmente redefinidos em termos naturalistas. O modernismo foi anticristão até à sua medula.


Não obstante, a igreja visível no começo do século 20 ficou cheia de gente que estava con­vencida de que modernismo e Cristianismo podiam e deviam ser conciliados. Eles insistiam que se a igreja não acompanhasse o passo com dos tempos, abraçando o modernismo, o Cristianismo não sobreviveria ao século 20. A igreja se tornaria paulatinamente irrelevante para o povo mo­derno, eles diziam, e logo desapareceria. Assim sendo, eles inventaram um "evangelho social" desprovido do verdadeiro evangelho da salvação.


Naturalmente, o Cristianismo bíblico sobreviveu o século 20 muito bem, obrigado. Nos lugares onde os cristãos permaneceram comprometidos com a verdade e autoridade das Escrituras, a igreja floresceu, mas, ironicamente, aquelas igrejas e denominações que abraçaram o modernismo foram as que se tornaram pouco a pouco irrelevantes e desapareceram antes do fim do século. Muitos edifícios de pedra, grandiosos, mas quase vazios, dão testemunho da fatalidade da conformação com o modernismo.


pós-modernismo
O modernismo é agora considerado como um modo de pensar do passado. A cosmovisão dominante tanto no círculo secular quanto no acadêmico atualmente é chamada de pós-moder­nismo. Os pós-modernistas têm repudiado a confiança absoluta dos modernistas na ciência como único caminho para a verdade. Na realidade os pós-modernistas perderam completamente o interesse pela "verdade", insistindo que não existe tal coisa como verdade absoluta ou universal.

O modernismo era de fato asneira e preci­sava ser abandonado, mas o pós-modernismo é um passo trágico na direção errada. Ao contrário do modernismo, que estava ainda preocupado com a possibilidade de convicções básicas, crenças e ideologias serem objetivamente verdadeiras ou falsas, o pós-modernismo simplesmente nega que qualquer verdade possa ser objetivamente conhecida.


Para o pós-modernista a realidade é o que o indivíduo imagina que seja. Isso significa que o que é "verdadeiro" é determinado subjetivamente por cada um, e não existe tal coisa como a chamada verdade objetiva, com autoridade que governa ou se aplica universalmente a toda humanidade. O pós-modernista acredita naturalmente que não faz sentido debater se a opinião A é superior à opinião B. No final de contas, se a realidade é meramente uma invenção da mente humana a perspectiva de verdade de uma pessoa é afinal tão boa quanto a de outra.


Tendo desistido de conhecer a verdade objetiva, o pós-modernista se ocupa em lugar disso, com a busca para "entender" o ponto de vista da outra pessoa. Então as palavras "verdade" e "compreensão" tomam significados radicalmente novos. Ironicamente, "compreensão" requer que primeiro de tudo desacreditemos na possibilidade de conhecer qualquer verdade afinal. E "verdade" se torna nada mais do que uma opinião pessoal, geralmente melhor guardada para si mesmo.


Essa é uma exigência essencial, não negociável que o pós-modernismo faz a todo mundo: nós não devemos pensar que conhecemos qualquer verdade objetiva. Os pós-modernistas freqüentemente sugerem que toda opinião deveria receber igual respeito. E, portanto, numa visão superficial, o pós-modernismo parece movido por uma preocupação pela mente aberta para se chegar à harmonia e tolerância. Tudo soa muito caridoso e altruísta, mas o que realmente sublinha o sistema de crenças pós-modernistas é uma intolerância total por toda cosmovisão que faça alegações de qualquer verdade universal ­particularmente o Cristianismo bíblico.


Em outras palavras, o pós-modernismo começa com uma pressuposição que é irreconciliável com a verdade objetiva, divinamente revelada nas Escrituras. Da mesma forma que o modernismo, o pós-modernismo é fundamental e diametralmente oposto ao evangelho de Jesus Cristo.


pós-modernismo e a igreja
Não obstante, a igreja atualmente está cheia de gente que advoga idéias pós-modernistas. Alguns deles fazem isso consciente e deliberadamente, mas a maioria o faz sem querer (Tendo embebido demasiado do espírito dos tempos, eles estão simplesmente regurgitando opiniões do mundo). O movimento evangélico como um todo, ainda se recuperando de sua longa batalha contra o modernismo, não está preparado para um adversário novo e diferente. Muitos cristãos, portanto, não reconheceram ainda o perigo extremo colocado pelo pensamento pós-modernista.


A influência pós-modernista claramente já infecta a igreja. Os evangélicos estão baixando o tom da sua mensagem para que as rígidas alegações de verdades do evangelho não soem tão desagradáveis aos ouvidos pós-modernos. Muitos evitam fazer afirmações inequívocas de que a Bíblia é verdadeira e todos os outros sistemas religiosos do mundo são falsos. Alguns que se intitulam cristãos foram ainda mais longe, determinadamente negando a exclusividade de Cristo e abertamente questionando sua alegação de ser ele o único caminho para Deus.


A mensagem bíblica é clara. Jesus disse, "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6). O apóstolo Pedro proclamou a uma audiência hostil, " ... não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12). O apóstolo João escreveu". quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus" (Jo 3.36). Repetidas vezes as Escrituras enfatizam que Jesus Cristo é a única esperança de salvação para o mundo. " ... há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1Tm 2.5). Somente Cristo pode expiar pecados e, portanto, somente Cristo pode dar salvação. " ... o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida" (1Jo 5.11,12).


Essas verdades são contrárias à doutrina central do pós-modernismo. Elas fazem alegações de verdade exclusivas, universais, declarando ser Cristo o único caminho para o céu e errôneos todos os outros sistemas de crença. Isto é o que as Escrituras ensinam. É o que a igreja verdadeira tem proclamado ao longo de toda sua história. É a mensagem do Cristianismo. E simplesmente não pode ser ajustado para acomodar as sensibilidades pós-modernas. Em vez disso, muitos cristãos simplesmente vão passando por cima das alega­ções exclusivas de Cristo, debaixo de um silêncio constrangedor. Pior ainda, alguns na igreja — incluindo alguns dos mais conhecidos lideres evan­gélicos — começaram a sugerir que talvez o povo possa ser salvo fora do conhecimento de Cristo.


Os cristãos não podem capitular ao pós ­modernismo sem sacrificar a essência da nossa fé. A alegação da Bíblia de que Cristo é o único caminho da salvação está certamente em desarmonia com a noção pós-moderna de "tolerância", mas é, no final de contas, exatamente o que a Bíblia claramente ensina. E a Bíblia, não a opinião pós-moderna, é a autoridade suprema para o cristão. Somente a Bíblia deve determinar o que nós cremos e proclamar isso ao mundo. Nós não podemos abrir mão disso, não importa quanto o mundo pós-modernista reclame que nossas crenças fazem de nós pessoas "intolerantes".


tolerância intolerante
A veneração da tolerância pelo pós-modernista é uma característica óbvia, mas essa versão da "tolerância" é, na verdade, uma dis­torção perigosa da verdadeira virtude. Aliás, tole­rância nunca é mencionada na Bíblia como uma virtude, exceto no sentido de paciência, longanimidade e mansidão (ver Ef 4.2). De fato, a noção contemporânea de tolerância é um conceito pateticamente fraco comparado ao amor que as Escrituras ordenam aos cristãos que mostrem aos seus inimigos. Jesus disse, "amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam" (Lc 6.27,28; confira os versículos 29-36).


Quando nossos avós falaram de tolerância como uma virtude, eles tinham isso em mente. A palavra então significava respeitar as pessoas e tratá-las com bondade mesmo quando acreditamos que elas estão erradas, mas a noção pós moderna de tolerância significa que nós nunca devemos considerar a opinião de ninguém como errada. A tolerância bíblica é para as pessoas; a tolerância pós-moderna é para idéias.


Aceitar toda crença como igualmente válida dificilmente é uma virtude real, mas é praticamente o único tipo de virtude que o pós-mo­dernismo conhece. As virtudes tradicionais (incluindo humildade, domínio próprio e castidade) são abertamente zombadas e até mesmo consideradas como transgressões, no mundo do pós-modernismo.


Previsivelmente a beatificação da tolerância pós-moderna tem tido seus efeitos desastrosos sobre a verdadeira virtude em nossa sociedade. Nestes tempos de tolerância, o que era proibido passou a ser encorajado. O que era tido como imoral é agora festejado. Infidelidade marital e divórcio foram normalizados. Impureza é o lugar comum. Aborto, homossexualidade e perversões morais de todos os tipos são aclamados por grandes grupos e entusiasticamente promovidos pela mídia popular. A noção pós-moderna de tolerância está sistematicamente virando virtude genuína na cabeça deles.


Praticamente a única coisa a ser rejeitada pela sociedade como maligna é a noção simplória e politicamente incorreta que o estilo de vida, religião, ou perspectiva diferente de outra pessoa é incorreto. Uma exceção notável àquela regra se destaca claramente: os pós-modernistas aceitam a intolerância se for contra aqueles que alegam conhecer a verdade, particularmente os cristãos bíblicos. De fato, aqueles que se proclamam os advogados líderes de tolerância atualmente são freqüentemente os oponentes mais declarados do Cristianismo evangélico.


Basta dar uma olhada na Internet, por exemplo, e veja o que está sendo dito pelos autoestilizados campeões de tolerância religiosa. O que você vai encontrar é uma grande quantidade de intolerância pelo Cristianismo bíblico. Na verdade, alguns dos materiais mais amargos anticristãos na Internet podem ser encontrados em sites supostamente promovendo a tolerância religiosa!


Por que isso? Por que o Cristianismo bíblico autêntico depara com tal feroz oposição de pessoas que pensam ser modelos de tolerância? É porque as alegações de verdade das Escrituras e particularmente as alegações de Jesus de ser o único caminho para Deus — são diametralmente opostos às pressuposições fundamentais da mente pós-moderna. A mensagem cristã representa um golpe fatal à cosmovisão pós-modernista.


Mas se os cristãos se deixam enganar ou são intimidados a suavizar as alegações diretas de Cristo e a alargar o caminho estreito, a igreja não fará qualquer progresso contra o pós-modernismo. Nós precisamos recuperar a distinção do evangelho. Precisamos reconquistar nossa confiança no poder da verdade de Deus. E nós precisamos proclamar com ousadia que Cristo é a única verdadeira esperança para o povo deste mundo.


Isso pode não ser o que o povo quer ouvir neste tempo pseudo-tolerante do pós-modernismo, mas é verdade assim mesmo. E precisamente porque é verdade e o evangelho de Cristo é a única esperança para um mundo perdido é que é ainda mais urgente levantarmos acima de todas as vozes de confusão no mundo e dizer desta forma.


autor: Pr. John MacArthur Jr.
exto copiado de Bereianos - publicado inicialmente em: Eleitos de Deus

na frente de batalha - jan/10

Nani e a Teologia: tão cristã e tão ácida

Obra da mente ácida da teóloga e mestre em Ciências da Religião, o blog da Nani é uma excelente leitura para quem não gosta de ser enganado e não se melindra com leituras "alternativas" ao mundo cristão contemporâneo. De seus muitos marcadores da limonada o que mais gosto é o "tragicomédia", que são os artigos mais acessados em seu blog.

Clique sobre o nome do blog para acessá-lo.

01/01/2010

"você um dia foi galho mas pode deixar de ser"... "cuidado para não ser cortado"

Foi com essas palavras de encorajamento que iniciei a esperança que é o ano de 2010. São palavras assim que precisamos para que não vacilemos em nossa caminhada e é para meus irmãos apologéticos que escrevo meu primeiro texto deste ano.

Na última noite de 2009 meu pastor entregou-nos uma palavra no contexto de João 15, popularmente conhecida como a "palavra da videira". Entre as tantas frases trabalhadas naquela noite quero dar ênfase a duas
delas, já parafraseadas no título deste texto.

Podemos ser cortados e devemos nos cuidar para não dar motivos ao agricultor para que ele nos quebre e arranque da árvore.

Tenho a convicção de que nosso enganoso e desesperadamente corrupto coração é prediposto a se ver como um dos galhos frutíferos da árvore... ele é demoniacamente inclinado a acreditar ser um galho natural, perfeito, justo, verdadeiro e pensa também sordidamente ser auto-suficiente e inamovível. Digo isso não porque diariamente vejo pessoas agindo assim, mas sim, porque dia após dia luto contra a natureza da minha própria carne que me faz desejar o que é vil e não o que é santo... o imprestável em detrimento do precioso.

Assim, escuto meu coração dizer: Alegre-se ó galho fértil!

Mas também ouço o Espírito de Deus que diz: Tu pensas estar de pé? Cuides para não cair.

A primeira voz é doce e aprazível a meu coração, mas é também cheia de engano, fala aquilo que alegrará minha própria carne e virtualmente me manterá num estado de ilusão voluntária de que estou firme quando meus pés podem já estar quebrados e meus ossos moídos pelo pecado que "sutilmente" pode destruir a minha alma a ponto de consumir dolorosamente até mesmo minha própria carne.

A segunda voz no entanto me estimula a um contínuo estado de vigilância, de temor ao Santo de Israel. Uma fiel realidade de que não passo de um galho enxertado, e se o agricultor não poupou galhos naturais, mas os cortou, eu, pela soberba e pela falta de temor, como um galho naturalmente de árvore de fruto imprestável também não serei poupado, mas quebrado e lançado no inferno (Rm 11). Se no entanto permaneço ligado a árvore verdadeira é porque por sua misericórdia derramou sangue inocente por mim, é porque ela me escolheu: um leproso que raspava as próprias feridas desejando inutilmente curar-se.

Assim amados irmãos, tenho em mim a certeza de que por andarmos num caminho estreito (certamente plano e reto, mas estreito) que leva a uma porta igualmente rigorosa e por lutarmos por este evangelho, desejando dar a vida por ele, podemos em alguns momentos ser subitamente arrebatados por um espírito imundo de soberba e auto-suficiência. Ora, sabemos que apenas um pulgão pode fazer secar uma planta (Jn 4.7), quanto mais uma miríade de vermes.

Sabemos também que galho algum sobrevive separado da árvore e fruto nenhum se desenvolve em um galho morto. Mas quando nos alimentamos de Cristo, a árvore na qual fomos enxertados, tornamo-nos parte da árvore e a essência de Sua vida em nós gera frutos que alegram o agricultor.

Tenho também a convicção, de que aqueles que defendem a Palavra Verdadeira, na qual nos firmamos para, de alguma forma, ressuscitar com os mortos, entendem que este texto não é acusação, mas exortação.

Pois sabemos que há "profetas" que declaram palavras de conforto, sonhos e fantasias. Palavras que apenas enfeitiçam mentes e corações carnais...  palavras insuficientes,  precárias e que não permanecem; pois necessário é uma pequena onda para as apagar de corações sedentos pela água do poço de Jacó (Jo 4.13) e não pela Cruz de Cristo.


Também sabemos que existem escravos do Senhor que alertam quanto às dificuldades, dores e tribulações do Caminho, que neste ano serão igualmente muitas, quiçá maiores... para que ao final desta curta caminhada deixemos cada vez mais a ignorância espiritual e nos tornemos aprovados.

Daniel Clós