24/06/2010



estou com problemas técnicos. Não consigo postar novos artigos, mas apenas editar o último públicado no dia 24 de junho.

Decidi, no entanto, não excluir este blog, o manterei aqui, mas criei um outro endereço.

Manterei a mesma linha de publicação. Artigos escritos por mim e publicação de artigos e pregações de pregadores do evangelho de Cristo.

Não é um blog novo, é apenas um upgrade.


Agradeço a visita e espero que gostem do "novo" blog.

Soli Deo Gloria

18/06/2010

“Quando, portanto, a Razão louva a Deus por salvar os indignos, mas censura-o por condenar os indignos, ela torna-se culpada porque não louva a Deus como Deus, mas serve aos seu próprios interesses”.

Rupp e Watson

17/06/2010

Se um dia você desejar uma viva disputa entre cristãos, permita-me oferecer-lhe uma sugestão: pronuncie uma só palavra: "Predestinação"!

A controvérsia que existe quanto à predestinação não se encontra na falta de evidências bíblicas. É inevitável que seja controversa, qualquer coisa que desafie a independência humana, seu orgulho e a supremacia da sua vontade.

Na realidade, a predestinação é quatro vezes mais fácil de ser comprovada do que a divindade de Jesus. No Novo Testamento há mais ou menos 10 versículos que expressam diretamente a Deidade de Cristo. Porém, mais de quarenta expressam a predestinação. No Entanto, os mesmos cristãos dispostos a defender até a morte a Deidade de Cristo, lutarão com igual fúria para refutar a doutrina da Predestinação. Por que? Como expressou um erudito evangélico, J.I.Packer, "...a mente carnal do homem, incluída entre os salvos, não suporta abandonar a ilusão de que ela mesma é a capitã de seu próprio destino e dona de sua própria alma".

Frank Melo
(http://www.monergismo.com/textos/eleicao/apontamentos_eleicao.htm)

16/06/2010

Não somos pecadores apenas por escolha, mas por natureza. Não nascemos como se fôssemos uma tábua rasa, ou uma folha em branco, nem numa zona neutra, mas como inimigos de Deus, sendo “por natureza, filhos da ira” (Ef 2.3). Nós não fazemos o mal meramente, nós somos maus. Não somente caímos, somos decaídos. Não somente nos perdemos, estamos perdidos. Pecamos porque a nossa natureza é pecar, somos escravos, pois o Senhor disse: “Todo o que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34). Não conseguimos abandonar o pecado quando queremos. Na verdade, nem queremos. Podemos até controlar algumas atitudes pecarninosas, mas não podemos deixar de ser pecadores.

Por Leandro Antonio de Lima. Livro: Razão da esperança, Cultura Cristã, p. 204-5.

Extraído do bog: Voltemos ao Evangelho

27/05/2010

eu penso que... eu acho que...

Uma das introduções a "estudos teológicos de banco de igreja" mais comuns que costumo ouvir no meio evagelico é "eu penso que" ou sua variante irresoluta "eu acho que". Trata-se de um grave sintoma de distanciamento da Palavra e pode indicar ali um forte candidato as mais estapafúrdias crendices e práticas sincréticas dentro da igreja.

Obviamente, lendo a Palavra de Deus, vemos o apóstolo Paulo em várias ocasiões fazer o uso do "penso que". No entanto não é deste uso a que estou me referindo, mas sim daquele que contraria a Palavra de Deus dando às minhas palavras os mesmo poder contido naquelas palavras de Poder. Pensar não é o problema. E como "eu penso", pensar é um dom de Deus, pouco utilizado e desenvolvido no nosso meio é verdade.

O apóstolo Pedro escreveu fundamentado não em sua sabedoria, mas naquela advinda do alto o seguinte:

"Porque Toda a carne é como a erva, E toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; Mas a palavra do Senhor permanece para sempre." (1 Pe 1.24-25)

O apóstolo Pedro não temia que suas palavras não chegassem ao destino, pois sabia que toda sua eloqüência assim como sua carne eram semelhantes a erva, temporais. O que permaneceria seria a Palavra de Deus, pois Ele não muda, é eterno (Tg 1.17).

O que aconteceu é que a experiência pessoal extra-bíblica tornou-se o norte do "crentinismo"  contemporâneo. Servir e seguir os prórios pensamentos e achismos, ser guiado pelas próprias verdades eivadas dos vícios mundanos que trazem consigo quando supostamente aceitam a Cristo e o novo "rosa" da moda cristã.

A Bíblia é para estes um livro que afasta-se da realidade e é impraticável no cotidiano. Contudo, fazer tal afirmação, mesmo para estes incircuncisos, é o mesmo que "blasfemar" contra o Espírito, então, substituem a assertiva para: A Bíblia é de difícil compreensão.

Mentira. E como todo praticante da mentira sois filhos de satanás a quem procurais agradar, procurando agradarem sempre a si mesmos. (Jo 8.44)

Acontece que a Palavra de Deus não é de difícil interpretação. Pelo menos não para os verdadeiramente salvos. Pedro não era nenhum homem versado em palavra. Tiago, João, Judas... nenhum deles possuia estudos avançados... quanto a Paulo, ele mesmo afirma que suas palavras não firmavam-se em sabedoria humana, mas no Poder de Deus (1 Co 2.1-5).

Ao dizer o que eu "acho", ou o que eu "penso", exponho minha fraqueza, minha incredulidade, minha falta de fé... pois não confio plenamente na Palavra de Deus para dizer: A Palavra afirma o seguinte... pois estes que freqüentemente fazem uso dessas expressões não conseguem ver na Bíblia uma afirmação, um lugar sólido para construir a sua vida. Ela pode ser todo o resto, de livro de receitas mágicas a enciclopédia histórica do povo israelita.

Aqueles que negligenciam a leitura da Palavra de Deus procuram esquivar-se da prática advinda de sua leitura. Como se fosse possível, tentam enganar a morte. Entendem tão somente a Bíblia como fonte de "acusação" ou "absolvição", não conseguem compreender que ela é as duas coisas. Por meio dela vejo minha condição e em suas palavras tenho a redenção (Jo 5.39). ela é fonte de vida não de morte... o que é incompreensível para aqueles que ainda não morreram pois acreditam estarem vivos. Na verdade alguns acreditam até mesmo serem eternos.

A compreensão da Palavra de Deus passa pela cruz, passa pela morte e ressurreição. E isso não é algo que eu pense ou acredite... Essa é a Palavra de Deus. Loucura para os que se perdem... mas só para os que se perdem.

Daniel Clós Cesar

18/05/2010

esta bola é minha!

"E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo."  (Fp 3.8)

Apóstolo Paulo em carta a Igreja em Filipos

Tento sempre pensar em Paulo enquanto escrevia nesta mesma carta aos irmãos que congregavam em Filipos: "...eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente" (Fp 2.16). É isso que me leva a escrever. Não minha esperança no mundo... ou na igreja institucionalizada. Mas que em nada serei envergonhado, pois prego a Palavra de Deus, ainda que ela seja apenas uma folhinha que sai da terra e  ainda não tenha se feito uma árvore em minha vida.

Deus já havia levado tudo de Paulo. Ele sentia isso em seu íntimo e nas marcas que levava consigo, apesar de não considerar ter alcançado a perfeição (Fp 3.12), tinha certeza do caminho de novidade espiritual em que vivia.

Na minha ainda pequena experiência como escravo do amor de Deus tenho percebido, assim como apóstolo Paulo entendeu e nele me espelho, Eu fui conquistado por Cristo Jesus! (Fp 3.12)  Não o contrário.

Quero introduzir aqui um trecho de uma música da banda estadunidense Third Day, escrita por Mark Lee, baterista da banda, que diz mais ou menos o seguinte (tradução minha):

"Leve tudo pois não suporto mais, 
Tudo o que tenho... 
Leve o primeiro, leve o último, 
Leve o bom, leve o resto... 
Tudo o que tenho, 
Leve tudo".

Resistir à Salvação tem sido a mais depravada atitude dos nominalmente cristãos. Ainda que afirmem serem salvos, são no entanto rebeldes e revoltados contra o Senhor. Não desejam a Salvação tal qual é proposta por Cristo,  mas sim como ela é proposta por satanás.

Ainda tomados de uma mente degenerada que em nada se parece com a mente de alguém que teve seu interior transformado pela atuação regeneradora do Espírito Santo, têm seus planos, sonhos, alvos e propósitos como superiores ao conhecimento de Cristo... superiores ao Ganhar a Cristo. Mais triste ainda, tais blasfemos tem o mundo como um lar, quando a Palavra afirma que não passamos de estrangeiros nessa terra (Fp 3.20).

Paulo abriu mão de sua posição social, seus títulos e toda sua promissora carreira político-eclesiástica por algo muito maior, algo que ele considerou sua verdadeira vocação... soberana vocação (Fp 3.14). Por isto ele abriu mão de sua própria vida (Fp 1.21). Ao mesmo tempo vejo pessoas que confessam o mesmo Cristo de Paulo, mas não o desejam da mesma forma. Querem casar antes da volta de Cristo (leia-se fazer sexo sem sentir culpa), querem ter uma casa própria antes da Sua volta... alguns ousam orar para que Deus retarde a volta do Filho... pois ainda não são plenamente alegres e satisfeitos. O mundo ainda não lhes deu tudo... eles ainda merecem um pouco mais, pois este mundo lhes deve alguma coisa em troca de suas dores e lutas.

Pobres imundos! Trocam migalhas corrompidas pela Glória do Todo Poderoso. Trocam a Verdadeira comida e bebida por alimento imundo cozido em esterco humano. Fazem como os besouros (invertebrados sem nenhuma sabedoria), se necessário lutam até a morte pela sua bola de cocô. Lutam pelas coisas que o mundo os oferece com ganância e ambição mas "buscam" a Cristo como se prestassem homenagem a um morto que não pode ver as flores de plástico e o vaso com a tinta descascada sendo depositado em seu tímido túmulo de azulejos rotos. Como os besouros, passam suas vidas rolando seu monturo.

Os vejo até cantar em suas canções antropocêntricas e em suas orações bajuladoras mas sem nenhuma expressão do Espírito:

Não por favor Deus... Não me deixe sem nada! Deixe este monturo te peço!  Não! Eu determino! Deixe este monturo... é só o resto mas é meu... deixe apenas isso... eu posso te servir ainda sim, isto em nada me atrapalha... veja só como eu consigo carregar todo esse monte de esterco enquanto converso contigo... Veja... eu nem preciso de ti para isso... remova o "principal"... remova as dores que este monturo me causa... destrone o inimigo que habita no monturo... limpe-me desse cheiro repugnante causado por este esterco... mas por favor! Não o tire de mim.

O que para um verdadeiro escravo de Deus é considerado perda, para estes é lucro. É a própria vida. Acreditam que se morrerem sem obter a "vitória", passarão uma eternidade lamentando. Miseráveis! O que lamentarão eternamente será isso: terem desejado a sopa de restolho preparada por satanás e seu guisado de sangue sufocado cozido no inferno. Lamentarão terem rejeitado o Pão que desceu do Céu e o Vinho que devia ser bebido em ação de graças.

Amados, seja nosso desejo constante perder tudo para ganhar apenas Jesus Cristo.

Daniel Clós Cesar

12/05/2010

para matar o orgulho

"O Senhor odeia os orgulhosos de coração. Sem dúvida serão punidos."1

Um provérbio como esse incomoda o mais puritano frei em clausura. Em parte porque os cristãos, ou melhor, os crentes, acreditam que Deus apenas "ama" e portanto, não pode odiar. Primeiro, Deus não ama, Ele é o próprio Amor e em segundo lugar sim, Ele sente ódio, ou alguém acha que ele nutre simpatia pelo pecado e pelo pai da mentira? Tudo o que vai contra a Sua natureza Santa é por Ele odiado. Você pode ou não concordar comigo, sinceramente, não me importo. É sobre meu orgulho que vou escrever e não sobre o seu.

Nascido num lar quase cristão (meu pai não era convertido na minha infância), batizado nas águas aos 11 anos de idade (e diga-se de passagem sem entendimento algum do que era aquilo), converti-me aos 16 anos em um retiro para jovens, na mesma fase da vida em que a única coisa que realmente me importava era quando tudo aquilo iria acabar... não o retiro, mas minha detestável vida. Entre os 18 e 26 anos experimentei todo esse alimento "sobrenatural", rico em esquizofrenia e extremamente pobre em Palavra e Poder. Aos 27 anos embarquei para o Timor-Leste como professor de História mas também como servo do Senhor, conheci um verdadeiro campo missionário e não uma Disney para crentes de classe média sem oportunidades no Brasil. Com quase 29 anos, já no Brasil, assisti um vídeo com a pregação do Pr. Paul Washer. Quase uma hora de pregação e nenhum grito, nenhum aleluia e na única vez em que foi aplaudido repreendeu a massa com uma autoridade que faria Nikita Krushev ruborizar.

O que havia de diferente naquele homem? Sinceramente... ao analisar bem aquela pregação ele não era diferente de Elias, não mesmo... era sujeito aos mesmos pecados do profeta arrebatado. A diferença  que vi em relação a grande maioria dos pregadores contemporâneos estava em sua pregação. Eu vi a Palavra de Deus sendo exposta e não a história ou a experiência orgulhosa de um homem.

Naquele dia compreendi que não era convertido a nada senão à meu próprio ventre. um deus ridiculamente preservado por mim para minha própria condenação. Toda minha espiritualidade girava em torno do meu umbigo. Orgulhava-me de ter um conhecimento razoável sobre Deus e convencer-me de um erro era uma tarefa para Hércules. Ainda naquele dia vi meu ventre se abrir e expor toda minha podridão. O trabalho de uma vida sendo desfeito em poucos minutos. Meu orgulho de conhecer algo sobre Deus não passava de conhecimento da letra e nisso, qualquer fariseu era melhor do que eu. Quanto a Hércules, não foi ele que Deus usou, mas Seu próprio Espírito Santo.

Um soldade inglês da Primeira Guerra Mundial reescreveu a sacrifício de Isaque. No final de sua "nova" história ele escreveu. "A Europa, ao invés de sacrificar o Cordeiro-Orgulho, sacrificou seus próprios filhos". O que vemos hoje na igreja de Cristo como feridas expostas e chagas incuráveis? O orgulho de pessoas que não aceitam a repreensão pois não querem ver seus ventres abertos e exposta toda sua prole de pecados. Preferem sacrificar sua própria vida a enviando para o inferno do que mandar aquele "bode" criado com tanto esmero.

O que eu enxergo hoje: Pastores que por mais bem intensionados que estejam preferem vociferar suas experiências pessoais com bastante orgulho à expor a Palavra de Deus, que sem dúvida alguma foi inspirada pelo Espírito Santo. Também vejo pastores que expõe a Palavra e buscam usar o púlpito como um verdadeiro altar de adoração, no entanto suas ovelhas estão mais preocupadas com a hora com que o culto vai terminar pois querem chegar em casa e aquecer a janta, pois o pão espiritual não é nada para elas.

Constantemente luto contra esse alfinete em minha carne, que às vezes parece ser um espinho... mas seria ousadia minha dizer que o que passo é semelhante ao que passou aquele que levou a cruz por mim. A cada dia tento fazer minha as palavra do rei Davi, para que um dia eu possa ver o Rei dos Reis e Senhor da Glória.

"Senhor o meu coração não é orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não ando a procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim."2

Que um dia eu possa ver meu orgulho totalmente aniquilado e enterrado e possa ler não mais o meu texto... mas o seu.

Daniel Clós Cesar

1. Provérvbios 16.5
2. Salmos 131.1

23/04/2010

que loucura do evangelho é essa?

Algum tempo atrás, visitando uma professora de História da UFRGS, de quem tive o prazer (ou desprazer levando-se em conta as dificuldades da cadeira) de ser aluno no início dos anos 2000, e enquanto discutiamos a respeito da edição de seu mais novo livro, iniciamos uma conversa sobre o "preconceito" cristão.

Defendi que o cristianismo não é preconceituoso, mas rígido em sua doutrina. Afirmei para ela que não importava o que eu pensava, mas sim o que a Palavra "pensava" para mim e sobre mim. Ela é meu oráculo, ela é meu caminho e nela eu apoio todo meu ser, não importando o que pensa o outro, mas ela simplesmente. Antes de ser sensível ao outro, sou sensível a Palavra de Deus que me diz: Ame o próximo como a ti mesmo; o que não permite que eu seja insensível com meu próximo, mas não tolera que eu o ponha antes daquilo pré-ordenado por Deus em Sua Palavra.

Pelos adjetivos usados por ela para definir minha linha de pensamento, pude deduzir, que para ela isso tudo é loucura. Como podia eu, depois de ter caminhado numa das mais tradicionais escolas marxistas do Brasil pensar assim? Era um louco insolente que cuspia em tudo que ela e outros ensinaram com tanto ardor do alto de seus pedestais antropocêntricos.

Você evangélico de longa data pode também não concordar comigo... fazes bem, deves antes disso, mergulhar teus pensamentos e dedicar teus poucos dias que ainda restam para ler, meditar e concordar com a Palavra de Deus e não com alguém como eu, que você não conhece, senão por uns poucos textos publicados sem muita freqüência na internet. Mas talvez eu saiba porque você não concorda e também saiba que não é desvio da Palavra, mas sim, desvio de sua auto-imagem-cristã que o leva a discordar de mim.

Você não admite "perder" alguém para o reino de seu deus. No seu "planejamento" e estratégia de evangelismo, Mateus não precisa sair da recebedoria nem Pedro largar as redes quando Jesus disser: Siga-me. Para você, "conversão" é algo gradual, acontece ao longo de anos, décadas... quiçá uma vida... no entanto, te contradizes quando afirma que "salvação" é algo instantâneo, precedida apenas de uma curta e ritualística oração.

Enquanto conversava com aquela mulher não via uma doutora em História a quem eu devia honrar... ela não precisava das promessas do evangelho pagão contemporâneo, financeiramente ela vai muito bem. Talvez ela tenha problemas em outras áreas, quem sabe, pouco me importa... me importava naquele dia e me importa ainda hoje uma única coisa quando vejo um perdido, doutor ou analfabeto: Expor a Palavra da Cruz.

O problema é que nós, que decidimos expor a Palavra de Deus tal qual ela é, deparamo-nos com uma palavra verdadeira: "Certamente, a Palavra da Cruz é loucura para os que se perdem" (1 Co 1.18)

O que fazer então? Continuar a pregar o evangelho louco para um mundo perdido ou pregar um evangelho paliativo à alma destituída de Deus? Pregar uma cruz que leva o homem ao arrependimento ou um caminho tão lindo que só mesmo um louco recusaria andar por ele?

Os atuais pregadores e crentes preferem se apegar às experiências pessoais em detrimento da Palavra de Deus, pois aquela lhe dá uma falsa segurança de que seu trabalho evangelístico tem muito efeito, esta no entanto, mostra que é impossível uma vida se salvar senão pela inteira vontade e trabalhar do Espírito Santo de Deus, pois sem sua intervenção ela continua loucura para os que se perdem e sabedoria tão somente para os salvos. E para o homem é melhor depender tão somente dele, do que de outro, ainda mais de um deus tão longe.

Será portanto, que a Palavra de Deus já não se tornou loucura também para nós? Será que hoje desejamos ser sábios ao mundo em detrimentos de ser santos a Deus?

Este texto não é definitivo... eu muito tenho que aprender sobre evangelizar...  nem mesmo teria coragem de escrever umas poucas linhas ensinando-os tal ministério. No entanto não tenho a aprender sobre estratégias de evangelismo, mas sim de Palavra, que eu novamente afirmo: É meu oráculo, meu caminho e onde apoio todo meu ser.


autor: Daniel Clós

07/04/2010

um pouco de ar puro

Faz um tempo não publico nada... não parei de escrever, mas li muito mais do que dissertei neste tempo. E que tempo. Eu na verdade precisava respirar um pouco... só um pouco... mas fica difícil com toda essa poluição. Não falo da poluição gerada pelas indústrias de derivados de petróleo, ou do monóxido de carbono liberado pelos automóveis... não, este tipo de poluição o ser humano parece ter assimilado... aliás, parece-me que a teoria darwinista nunca foi tão "verdadeira" como agora... principalmente na comunidade auto-proclamada cristã.

Dentro da comunidade igrejeira evangélica brasileira (cópia porcaria da matriz estadunidense), são os que se reproduzem melhor (abrindo mais centros comerciais de indulgências), as catedrais que devoram as igrejicas e os líderes que exploram com maior eficácia os subprodutos de suas ovelhas que recebem o certificado de "homens de deus". Pequenas congregações com pastores que insistem em pregar a cruz, estão fadadas ao desaparecimento, pois sua pregação não condiz com a realidade e os desejos da massa que procura cerimônias e pirotecnia, mesmo que isso custe muito caro... muito mais que apenas mil reais.

Ao ler sites e blogs que criticam as negociatas e as apresentações quase circenses de Malafaia, Feliciano, Macedo e da trupe Valadão, assim como suas teologias funâmbulas, os autores demonstram uma preocupação com a ingenuidade das pessoas que seguem tais entidades espirituais. Porém, num rápido exame da Palavra, lendo Mt 23.15... Jesus diz que os prosélitos são duas vezes mais filhos do inferno que seus mestres.


Não importa se é oferecido ar fresco, novo e saudável a esses "crentes", o que eles procuram são ambientes fechados, com iluminação artificial e temperatura ajustável, ainda que seja um ar viciado, uma luz prejudicial aos olhos e um templo aos pedaços.


Não creio que Cristo tenha feito uso de uma hipérbole ao dizer que são mais filhos do inferno que seus mestres. O caminhar de homens e mulheres que se convertem à falsas doutrinas e a um evangelho que não o dos apóstolos é uma evidência disso. Esse homens e mulheres não seguem a Palavra de Deus, desconhecem-na e a julgam difícil de entender... recorrem aos tais interpretes, que não só interpretam, mas são capazes de fazer novas revelações e de mortificar a palavra viva para que ela possa servir de pasto para corações mortos (2 Pe 3.16). Longe da Palavra, não são capazes de diferenciar o direito do esquerdo, não há possibilidade de luz. Seus olhos são trevas e sua conversão e temor consistem em mandamentos humanos, em práticas fracas e que não tem nenhum efeito para salvação. Preferem suportar as pesadas cargas impostas pelos homens do que suportar a cruz oferecida por Cristo. Não porque conhecem a cruz, mas porque a desconhecem.

O gás assassino expelido por púlpitos caídos cegou-lhes a mente e o coração,  tais homens vivem apenas para seus prazeres e para as facilidades de um evangelho sem Cristo. Distantes de Deus e com a visão escurecida, seguem confiantes um deus tátil... o dinheiro.


por Daniel Clós Cesar

15/03/2010

- REPUBLICADO -

"você um dia foi galho mas pode deixar de ser"... "cuidado para não ser cortado"



Foi com essas palavras de encorajamento que iniciei a esperança que é o ano de 2010. São palavras assim que precisamos para que não vacilemos em nossa caminhada e é para meus irmãos apologéticos que escrevo meu primeiro texto deste ano.

Na última noite de 2009 meu pastor entregou-nos uma palavra no contexto de João 15, popularmente conhecida como a "palavra da videira". Entre as tantas frases trabalhadas naquela noite quero dar ênfase a duas delas, já parafraseadas no título deste texto.

Podemos ser cortados e devemos nos cuidar para não dar motivos ao agricultor para que ele nos quebre e arranque da árvore.

Tenho a convicção de que nosso enganoso e desesperadamente corrupto coração é prediposto a se ver como um dos galhos frutíferos da árvore... ele é demoniacamente inclinado a acreditar ser um galho natural, perfeito, justo, verdadeiro e pensa também sordidamente ser auto-suficiente e inamovível. Digo isso não porque diariamente vejo pessoas agindo assim, mas sim, porque dia após dia luto contra a natureza da minha própria carne que me faz desejar o que é vil e não o que é santo... o imprestável em detrimento do precioso.

Assim, escuto meu coração dizer: Alegre-se ó galho fértil!

Mas também ouço o Espírito de Deus que diz: Tu pensas estar de pé? Cuides para não cair.

A primeira voz é doce e aprazível a meu coração, mas é também cheia de engano, fala aquilo que alegrará minha própria carne e virtualmente me manterá num estado de ilusão voluntária de que estou firme quando meus pés podem já estar quebrados e meus ossos moídos pelo pecado que "sutilmente" pode destruir a minha alma a ponto de consumir dolorosamente até mesmo minha própria carne.

A segunda voz no entanto me estimula a um contínuo estado de vigilância, de temor ao Santo de Israel. Uma fiel realidade de que não passo de um galho enxertado, e se o agricultor não poupou galhos naturais, mas os cortou, eu, pela soberba e pela falta de temor, como um galho naturalmente de árvore de fruto imprestável também não serei poupado, mas quebrado e lançado no inferno (Rm 11). Se no entanto permaneço ligado a árvore verdadeira é porque por sua misericórdia derramou sangue inocente por mim, é porque ela me escolheu: um leproso que raspava as próprias feridas desejando inutilmente curar-se.

Assim amados irmãos, tenho em mim a certeza de que por andarmos num caminho estreito (certamente plano e reto, mas estreito) que leva a uma porta igualmente rigorosa e por lutarmos por este evangelho, desejando dar a vida por ele, podemos em alguns momentos ser subitamente arrebatados por um espírito imundo de soberba e auto-suficiência. Ora, sabemos que apenas um pulgão pode fazer secar uma planta (Jn 4.7), quanto mais uma miríade de vermes.

Sabemos também que galho algum sobrevive separado da árvore e fruto nenhum se desenvolve em um galho morto. Mas quando nos alimentamos de Cristo, a árvore na qual fomos enxertados, tornamo-nos parte da árvore e a essência de Sua vida em nós gera frutos que alegram o agricultor.

Tenho também a convicção, de que aqueles que defendem a Palavra Verdadeira, na qual nos firmamos para, de alguma forma, ressuscitar com os mortos, entendem que este texto não é acusação, mas exortação.

Pois sabemos que há "profetas" que declaram palavras de conforto, sonhos e fantasias. Palavras que apenas enfeitiçam mentes e corações carnais...  palavras insuficientes,  precárias e que não permanecem; pois necessário é uma pequena onda para as apagar de corações sedentos pela água do poço de Jacó (Jo 4.13) e não pela Cruz de Cristo.

Também sabemos que existem escravos do Senhor que alertam quanto às dificuldades, dores e tribulações do Caminho, que neste ano serão igualmente muitas, quiçá maiores... para que ao final desta curta caminhada deixemos cada vez mais a ignorância espiritual e nos tornemos aprovados.

autor: Daniel Clós Cesar